terça-feira, 4 de maio de 2010

A desvalorização da administração




É comum vermos na direção de grandes empresas, profissionais das mais diversas áreas: jornalistas, publicitários, economistas e em sua esmagadora maioria: engenheiros. Nada contra essa classe de profissionais, mas conheço empresas em que todos os cargos administrativos de supervisão e gerência são formados por engenheiros das mais diversas áreas. Nesse momento, me pergunto: onde estão os administradores que são formados todos os anos para exercer esse tipo de atividade? Gerir pessoas, processos e procedimentos me parece ser uma tarefa para gestores, que estudaram para exercer essas atividades. Mas não é isso que acontece. Os profissionais que ocupam essas cadeiras com formação nas mais diversas áreas, geralmente possuem apenas uma pós-graduação, ou MBA em gestão, para assim estarem aptos à função. Sou uma profissional de administração, portanto não consigo entender porque o tempo gasto com tanto estudo para matérias exatas que envolvam cálculos complexos, por exemplo, é deixado de lado para o exercício de atividades onde existem pessoas aptas a esse tipo de trabalho. Acho que isso pode ser considerado como uma desvalorização do trabalho do administrador. Muitas empresas têm problemas, das mais variadas vertentes, mas creio que deva haver uma nova maneira de se olhar para esses problemas e para suas soluções, que podem estar relacionados a consideração do perfil do trabalhador, e se o mesmo è adequado a sua função, se suas competências e personalidade se adaptam a estas atividades, e se ele está feliz em deixar sua profissão de lado e partir para uma nova. É difícil, trabalhoso e leva tempo, mas são mudanças que mais cedo ou mais tarde devem acontecer, para que o trabalho do administrador volte a ser valorizado, assim como os profissionais dessa área. Senão, não vejo utilidade para a existência da formação de administradores de empresas durante quatro anos, sendo que o problema pode ser resolvido com uma pós de 1 ano e meio....